Confesso que tenho desenvolvido uma certa simpatia pelos fumadores. Ver à porta dos centros comerciais ou dos restaurantes grupos de pessoas a dar passas num cigarro, muitas vezes à pressa para voltar para perto da gente "que age correctamente", é por vezes sufocante. Claro que os fumadores estão de alguma forma a pagar o desrespeito com que normalmente tratavam os não fumadores. Mas passou-se para o extremo oposto. Do anterior desrespeito generalizado pelos não fumadores, passou-se para o actual desrespeito generalizado pelos fumadores. Claro que se tiver que escolher, escolho o desrespeito que vigora. Embora considere que poderia ser mais vantajoso que houvesse a tentativa de respeitar todos, porque ser fumador ainda não é criminoso. Ainda não!
Custa-me apanhar com umas baforadas de fumo entre garfadas. É o suficiente para que um manjar celestial deixe cair, pelo menos, o celestial.
Apesar de estarem a pagar a prepotência, os abusos e a falta de respeito a que sujeitavam os que consigo partilhavam os espaços, não é motivo para os exageros que se esperam. Em Espanha, já há regras bem mais restritivas, e será uma questão de tempo até passarem a fronteira. Não se perspectivam tempos famosos para quem gosta de fumar, ou tem o vício.
Em boa hora deixei de fumar! É um dos motivos porque ainda acredito no Pai Natal!
Apesar de nunca ter sido um fumador inveterado (1 maço dava para 3 dias, excepto nos dias de farra) foi difícil deixar. Fiz pelo menos uma centena de tentativas. Desde as mais convictas, às nada convictas. Estas tentativas manifestavam-se de várias formas: desde resoluções de ano novo para não fumar, até aos cigarros ao fim de semana, passando por 1 ou 2 depois de jantar. Mas o resultado era sempre o mesmo: mais cedo ou mais tarde voltava ao ponto de partida.
Até que há 5 anos num dia de Natal, resolvo dar um presente a mim próprio: deixar de fumar! E acabou! Mas acabou mesmo! Nem em casamentos, baptizados ou outros que tais, me permito dar uma passa. É que alguns cigarros do dia davam-me um enorme prazer. E sei que ao abrir um precedente numa situação que o justifique, estarei a aumentar grandemente o risco de voltar. Assim, acabou definitivamente!
Mas percebo quem fuma. Percebo as dificuldades em deixar de fumar. Considero que os espaços comerciais e os restaurantes deviam ter respeito pelos seus clientes, e providenciar um espaço digno, mesmo que seja no exterior, para poderem matar o vício. Felizmente começam a ver-se alguns casos. E acredito que o seu negócio ganha com isso.
Já se fala em rever a lei actual, de forma a torná-la mais restritiva. Acredito que a lei que temos actualmente é suficiente. Falta uma fiscalização adequada, como em tantos outros sectores, para garantir o cumprimento do que hoje está previsto. Mas veja-se o que se passa em Espanha, pois cá chegará:
- Espanhóis optam por restaurantes em Portugal
- Espanha endurece lei antitabaco
No que respeita ao tabaco, sou um extremista/radical anti-tabaco, mas essencialmente no que respeita à minha pessoa.
Mas se puderem, larguem o vício!
3 comentários:
O cheiro que fica na roupa é medonho
Ei também não é assim tanto!
Um/dois/três/quatro/... Cigarros por dia não faz mal a ninguém e o cheiro não é medonho...
"Confesso que tenho desenvolvido uma certa simpatia pelos fumadores".Gostei desta parte do texto...lol!
MSL, percebo-te melhor hoje do que há uns anos atrás! Bj
Rosinha, se conseguisse fumar 1/2 cigarros por dia, sabendo que nunca o ultrapassaria, provavelmente hoje ainda fumava! Bj
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