Coimbra em 48 horas


Quem vem de fora, em visita turística, tem o tempo muito limitado. Tem que aproveitar ao máximo a sua passagem pela cidade. Para quem vive cá no feudo, a oportunidade de ver a cidade com os olhos de quem vem de fora é uma dávida. Nem sempre estamos tão atentos ao que se passa e à dinâmica da cidade como quem vem de fora.. A vantagem de planear uma visita a uma cidade é grande. Consegue-se fazer itinerários bastante interessantes. Quando saímos para outras cidades, programamos o tempo ao segundo, de forma a poder aproveitar o máximo. Só se a intenção for o completo ócio é que tal não acontece.

Foi interessante ver como vêm a cidade os turistas. Fiquei a saber que preciso de conhecer o Aqui Base Tango e está na hora de voltar ao Fangas (só de pensar nos pitéus que espalham pelas mesas, já estou com água na boca).
É tempo de ser turista na cidade. Setembro parece-me um bom mês para fazer turismo cá dentro. Assim como Outubro e Novembro. Ainda há a vantagem de poder ver tudo com mais tempo.

Um bom guia para quem quiser uma visita rápida em Coimbra em 48 horas.

O Exemplo de Veneza

Fonte: Wikipedia: Gare do Oriente

Quem nunca ouviu falar de Calatrava? Ficará o coro de vozes silencioso? Não!!! É um coro digno de acompanhamento de grupo em Festival de Verão! Basta pensar na Gare do Oriente para reconhecer Calatrava. Um arquitecto com obras de grande dimensão e com um trabalho belo e audaz.

Não sendo Itália um país reconhecido pela sua retidão nas contas, ou pelo menos é essa perceção que tenho depois de ouvir tantas notícias sobre o país e de tantos filmes e séries. Foi uma imagem trabalhada ao longo de anos que, apesar da minha admiração pelo país, pela sua cultura e pelas evidências artísticas, não consigo incluí-lo nos exemplos de boa governação. 

Também por isso, a notícia Calatrava em tribunal por obra em Veneza ganha uma maior relevância e tem o seu quê de surpreendente. Talvez por termos tantas características similares, origens comuns e formas de estar próximas, seguir o exemplo dado nesta notícia seria, com certeza, um contributo para melhorar o estado desta "nossa" Nação.

Obras por votos: a nova cara da cidade em tempos de autárquicas



O regresso a casa, depois de umas merecidas férias, foi interessante e bem vindo por vários motivos. O motivo que mais salta à vista e que se mostra em qualquer momento, em qualquer lugar, é a nova cara da cidade. Neste caso, não estou a falar das caras gigantones que pululam na cidade e que contribuem para diminuir o brilho obtido pelo Património da Humanidade. Tantos que se intitulam amigos do ambiente e, vistas bem as coisas, são fontes intensivas de poluição visual.

A nova cara da cidade está relacionada com a pintura de grande parte das artérias por onde passei. O tempo e a experiência aconselham-me a não ficar surpreendido por a memória de curto prazo ser a mais valorizada e os resultados pela ativação desta memória serem efetivos. Estradas pintadas (mesmo que continuem com os devidos buracos), um semaforozito aqui, uma rapadela no jardim ali, promessas de mais subsídios a diversas instituições, e várias outras ações de caciquismo que, entre outras coisas, fazem com que as autarquias sejam das maiores empregadoras de muitos concelhos, alguns dos quais empenhados até ao tutano.

É caso para ironizar: Portugal no seu melhor!


Que passem depressa as eleições autárquicas, pois é muito o ruído para que tudo fique na mesma.

e o tolo sou eu?


O mullah Nasrudin (personagem central de quase todas as histórias da tradição sufi) já era uma espécie de atração da feira da cidade. Já se dizia que atraía pessoas de fora para ir ver tamanha insensatez. Quando Nasrudim se dirigia até à feira para pedir esmolas, as pessoas costumavam mostrar-lhe uma moeda grande, e uma pequena: Nasrudin, invariavelmente, escolhia a pequena. Era risada geral e os comentários mais ouvidos relatavam sempre a idiotice e a incapacidade de escolher o que era mais adequado para si. Um senhor bondoso, seu conterrâneo, cansado de ver as risadas das pessoas à custa do Nasrudin, explicou-lhe:
"Quando te oferecerem duas moedas, escolhe a maior. Assim terás mais dinheiro e não serás considerado idiota pelos  outros."
"Agradeço-lhe, senhor! É muita generosidade sua e fico tocado pela sua preocupação. Eu reconheço a sua razão!", respondeu Nasrudin. "Mas quando eu escolher a moeda maior, as pessoas vão deixar de me oferecer dinheiro, para provar que sou mais idiota que elas. Dessa forma, ficarei sem sustento." 

Muitas vezes, as ações que se tomam parecem tolas e necessitadas de sensatez e bem senso. Parecem tolas. No entanto, pode ser que quem se faz passar por tolo esteja a ter uma atitude inteligente.