Este dia 29 de Setembro de 2013 pode ser o dia da independência, no que respeita aos partidos políticos. A chegada de um conjunto de candidaturas independentes vencedoras, é uma lufada de ar fresco no panorama político nacional. Já tinha assistido a um movimento destes de forma muito próxima numas eleições autárquicas em que pessoas de valor não se conseguiram impor num ambiente em que a matriz partidária é absolutamente trucidante. Mas estas eleições, permitiram que um conjunto de independentes se afirmassem no panorama autárquico. Este parece-me um caminho muito adequado. Mas será que é para continuar a trilhar?
Há muitos defensores de que os partidos são a base da democracia. Esta é uma verdade inquestionável! Inquestionável até ao momento em que os partidos deixam de funcionar com base em valores e ideologias, funcionando essencialmente com base nos interesses do momento, na contagem de armas para assegurar as vitórias aritméticas deixando cair vezes sem conta os valores e crenças. Parece-me que há democracia para além dos partidos, e neste tipo de eleições faz todo o sentido aparecerem listas com projetos para as suas terras que incluam pessoas de diferentes áreas ideológicas e com perfis completamente diferentes. Faço para mim duas questões principais:
1.º Serão estas listas independentes resultado de preteridos pelas listas oficiais dos partidos, refugiando-se num movimento que não sai muito da esfera dos partidos e até serve para ajustes internos?
2.º Serão estas listas de independentes resultado de uma estratégia de alguns partidos, encapotando as suas origens e fazendo por enganar os incautos eleitores, sendo na realidade um partido que está a orientar a lista?
Felizmente, o Rui Moreira parece-me um verdadeiro independente, o que pode catapultar o efeito dos "Movimentos Independentes":
Agora, relativamente aos resultados:
Porto: Porque senti uma alegria tão grande com a vitória do Rui Moreira?
Lisboa: Tudo normal, em Portugal Continental! Surpresa? Apenas a dimensão, maior do que o inicialmente esperado.
Coimbra: Uma magistral caminhada vitoriosa para que tudo fique na mesma! Eu sou apaixonado por esta cidade e fico preocupado quando a expressão "Uma vitória de Pirro" não me sai da cabeça! Espero estar redondamente enganado, mas vejo outras cidades da região a avançar a grande velocidade, com motores altamente competitivos, enquanto por aqui, vamos avançando lentamente, usando a carroça de há vinte anos atrás, que já se vira ter graves problemas de locomoção. A ver vamos, como dizia o cego, mas o maldito do Pirro...
Aveiro: Esta é mais um cidade objeto da minha paixão. Mas é uma cidade que escolhe a pessoa e o projeto para a cidade em detrimento do partido. Desde que me lembro, já foi CDS, PS, PSD, o que demonstra sapiência na escolha. Agora, escolheu um autarca que já deu provas inquestionáveis no concelho vizinho de Ílhavo. Se no início da sua vida política tinha algumas dúvidas quanto ao Ribau Esteves, hoje sou um admirador das suas capacidades e estou completamente convencido que Aveiro vai dar um salto grande na sua afirmação na região e no país.
Anadia: É normal dizer que o PS está para a Mealhada como o PSD está para Anadia, mesmo que se coloque como candidato um asno, em Anadia ganha o PSD, tal como na Mealhada ganha o PS. Em Anadia, assistimos à queda de um mito. Ganhou um independente, embora aqui, o termo independente seja utilizado de forma abusiva. Mais correto seria dizer, ganhou um amotinado. Foi a queda de um mito urbano.
Mealhada: Seria interessante ver uma pessoa com provas dadas na sociedade civil e empresarial a gerir o município. Acredito na inteligência do executivo eleito para agir em parceria com pessoas de outras áreas no sentido de, em conjunto, conduzir o nosso concelho a bom porto. O pleno, na Câmara Municipal e Juntas de Freguesia, deixa todas as condições para que o executivo faça um excelente trabalho e de forma equitativa. É o meu forte desejo.
Os resultados estão aí! Vamos ver se estes movimentos de independentes são para manter e se vão começar a ter um papel relevante na nossa sociedade, ou se foi circunstancial. Neste momento, o mais importante é que cada um sirva o melhor que puder a sua autarquia, de modo a assegurar uma vida digna aos seus eleitores.
Que o lema de cada um e de todos, passe não por servir-se, mas sim por Servir, ou como dizia Sólon, um dos sete sábios da Grécia Antiga, "Aquele que quer aprender a ser chefe tem primeiro que aprender a servir."
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