Com tantas notícias a bombardear-nos sobre a crise, temos mesmo que pensar nela. Eu sempre fui um defensor convicto de que a vida, tirando nacos de tempo pontuais e bem definidos, é para viver por terras lusitanas. Hoje senti este pré-conceito a ruir. Por um lado, Passos Coelho é alguém que tem um fim, com o qual concordo, mas utiliza caminhos completamente insensíveis às necessidades das pessoas que vivem neste país. Principalmente, quando se perceciona que quem não têm poder contribui, queira ou não, para a resolução do problema. Mas isto não seria complicado se houvesse, simultaneamente, a perceção de que quem tem poder também contribui para a resolução do problema, o que não acontece. Assim, este governo não está a cumprir com alguns dos princípios básicos de uma ideologia social democrata e o mexilhão está a ser maltratado.
Por outro lado, olha-se para o lado e o que se vê? Seguro! Quem? Seguro! Sobre este tema não quero tecer grandes comentários. Apenas dizer que o meu pensamento mais imediato e espontâneo foi "se Seguro chegar a primeiro ministro, emigro"! Ou seja, um Primeiro-Ministro em que não acredito e um potencial futuro primeiro-ministro em que não acredito. Depois, olha-se mais para o lado e o que se vê? o vazio! Ainda houve esperança de alguma mudança quando apareceram alguns Partidos como o Mérito e Sociedade, como o Movimento Esperança Portugal, ou outros que poderiam dar perspetivas diferentes dos métodos e meios de fazer política. Mas a desertificação avança, temo que de forma irreversível.
Felizmente, lá surge um exemplar Nuno Crato, e uns quantos casos pontuais que nos permitem manter alguma esperança que o estado mude.
Mas eis que surge uma machadada terrível na esperança:
O implacável e delirante filósofo volta da cidade-luz, como se pode ver em: Sócrates "mente descaradamente ou sofre de delírio".
E agora? O que irá acontecer? Fiquem atentos às cenas dos próximos episódios! Parece-me que vai dar molho!
"César das Neves Sócrates "mente descaradamente ou sofre de delírio"
O economista João César das Neves classifica o regresso de José Sócrates como um feito do “mais alto nível mundial” Num artigo de opinião do Diário de Notícias, o professor universitário admite que “não é claro” se o socialista “mente descaradamente ou acredita mesmo na fábula, sofrendo de delírio”.
“O regresso de José Sócrates é um espantoso feito de técnica política, do mais alto nível mundial”, avalia César das Neves. Para o economista, o antigo primeiro-ministro distingue-se dos demais políticos pela “total ausência de escrúpulos”. “Não existe a menor contemplação pela realidade dos factos”, indica, acrescentando que “existe apenas um projecto de poder, e tudo lhe é sacrificado”.
César das Neves também acusa Sócrates de sacudir a culpa da situação actual para a crise internacional e para “um terrível bando de malfeitores”, no qual o antigo primeiro-ministro inclui, na opinião do professor universitário, o Governo de Passos Coelho, os bancos, a União Europeia e o FMI.
“Não é claro se mente descaradamente ou acredita mesmo na fábula, sofrendo de delírio”, afirma César das Neves, sublinhando que o antigo líder socialista consegue “sair de uma posição que seria desesperada para qualquer outro”. Sócrates não é “imoral, mas completamente amoral”, acrescenta o economista.
Para o professor universitário só há um outro político que se lhe compara, e até o ultrapassa, sendo preciso viajar até Itália para o encontrar. “É preciso dizer que ele ainda não atingiu os níveis do contemporâneo mestre absoluto da técnica, Silvio Berlusconi”, sugeriu César das Neves.
O economista lembra também que todos os líderes que estavam no poder quando a crise rebentou, como Zapatero em Espanha, Sarkozy em França, Gordon Brown no Reino Unido e George Bush nos EUA, “caíram fragorosamente”, enquanto “Berlusconi e Sócrates mantêm esperanças de regresso” ao cenário político, com vantagem para o italiano.
“Veremos até que ponto a raiva pelos sacrifícios, junto com o ilusionismo, conseguirão fazer que o grande beneficiário da crise venha a ser aquele que indiscutivelmente foi o seu principal responsável. Isso seria uma obra de arte incomparável”, remata César das Neves no artigo do Diário de Notícias que, ironicamente, intitulou de ‘O Inocente’."
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