Olhando para a história da vaca e do monge (atirem vaca pelo precipício), vamos fazer um exercício académico, pois sabemos que seria preciso coragem para atirar a vaca leiteira da União Europeia:
VAMOS TIRAR A ALEMANHA DO EURO!
O que acontecerá neste caso?
Parece que é o maior impedimento a uma política comum, pois tem duas características impeditivas de perceber o que está a acontecer: não está em crise, e é um país grande e tem um grande poder. Isto, torna-a desalinhada com a maioria dos outros países, já que a maioria ou está em crise, ou, apesar de ser grande, não tem tanto poder, podendo ainda ser grande e estar em crise ou em vias de entrar em crise.
Estas características, complementadas com o apoio efectivo que dá em termos financeiros, faz com que a empatia existente com outros países, não seja fácil. Faz com que a disponibilidade para ceder em alguns aspectos, seja reduzida. Então, temos um país desalinhado com as necessidades da maioria dos países. E temos ainda um país que exige rigor no cumprimento das regras, quando foi um dos principais (e únicos) prevaricadores aquando da passagem por algumas dificuldades. Tal como a França. Mas contínuo a pensar que a França não é mais do que o fiel acólito resultado, provavelmente, de medos de outros tempos. Ou seja a Alemanha, quando necessita, faz com que as regras sejam ultrapassadas, sem punições. Quando qualquer outro precisa, tem que cumprir, porque é rebelde, desleixado e é da sua natureza ser mau e preguiçoso. Isto fez-me lembrar a notícia que li ontem em que médico diz conseguir tornar os olhos castanhos em azuis para sempre! Não percebo porquê, mas lembrei-me!
Olhando para a história da vaca e do monge, diria: A Alemanha fora do Euro, já! Penso que, apesar de uma fase inicial de adaptação, seria mais simples existir uma política comum uma Europa verdadeiramente solidária, tendo em vista as necessidades de países de pequena e média dimensão, ou tendo em consideração a crise que pode bater à porta de qualquer um. Está bem, da Alemanha é mais difícil. Tem o mercado europeu para escoar os seus produtos.
Claro que é mais fácil sair a Grécia. Portugal, Irlanda ou Espanha também não é difícil! Mas este é um caso típico de reacção em cadeia, a Itália, a França logo a seguir e depois? Quando se fala da necessidade de escala e da construção de blocos económicos, a Europa desintegra-se.
Cada vez me convenço mais que Merkel está a conseguir o que outros não conseguiram pelas armas! Porque se estivesse preocupada com a Europa, praticaria o que Muxagata praticava na seguinte história: o espalhador de esperanca! É o que se espera de líderes!
Claro que isto não isenta em nada as responsabilidades dos países que não controlaram bem as suas contas e precisam de ser mais rigorosos. Só não me apetecia vê-los em câmaras de gás!
Leituras complementares:
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