Condimentos do Maria Eugénia

Já tinha estado no restaurante Maria Eugénia (penso que o nome é a Cozinha de Maria Eugénia) no Porto há uns anos, com (quase) as mesmas pessoas e tendo o mesmo motivo. Não sei bem onde fica, mas sei que descendo a Boavista e depois da zona de Serralves, virei à direita e andei pouco tempo até o encontrar. Por fora, não se dá nada por aquilo. Mais um restaurante de cidade, com as habituais dificuldades de estacionamento, sem nada que o distinga. Mas quando se entra, somos envolvidos por um ambiente acolhedor, e intimista. As madeiras presentes a toda a volta fazem com que o olhar seja suficiente para aumentar a temperatura e o conforto do local.

As 14h30 não permitiram ter mesa de imediato, mas havia várias a terminar a refeição. Sentado ao balcão, a conversa informal permitia ir observando os expositores, a decoração e até espreitar as mesas para tentar perceber o estado de espírito dos clientes. A maioria das mesas eram ocupadas por famílias que pareciam ser habituais. Durante a nossa estadia ao balcão, não fomos abordados por qualquer empregado, apesar da hora adiantada já justificar umas entradas e uma bebida qualquer. Mas não foi grande a espera, e conseguimos uma mesa pouco tempo depois. As mesas tinham um candeeiro no topo, que compensava o ambiente de meia-luz. Aumentava o ar familiar do espaço, e permitia a discussão com um nível de decibéis controlado. Mesmo havendo várias crianças, não dava para perceber grande barulho. Ou então a hora já não deixava estar atento a nada mais.


Os empregados foram muito profissionais e disponíveis, mas faltava-lhes criar algum relacionamento com a mesa. Provavelmente queriam ir embora, mas não o demonstraram. O prato que escolhi foi o bife à Maria Eugénia, e estava bom, tal como os acompanhamentos e em quantidades mais do que suficientes. Bebemos um Chaminé, mas foi servido frio. As opções de garrafeira que apresentavam deveriam ser coerentes com o cuidado neste serviço. A temperatura com que se serve um vinho faz diferença. Um vinho bom foi pior do que poderia ter sido, apenas por ter sido servido frio.


A sobremesa foi composta por rabanadas com óptimo aspecto, mas cometi o erro de pedir um bolo de bolacha gelado, o que não era propriamente agradável, pelas temperaturas que estavam na rua.


O espaço reservado aos empregados era fraco e misturava-se muito com zonas comuns. O espaço das mesas era muito limitado. Eram mesas apertadas, o que conjugado com várias travessas na mesa, obrigava a uma ginástica exagerada.


A minha avaliação:
• Enquadramento geral: 6,3 em 10
• Ambiente: 6,4 em 10
• Qualidade dos produtos: 7,0 em 10
• Serviço: 7,0 em 10
• Global: 6,7 em 10

Conclusão: restaurante a considerar nas idas ao Porto

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