Brasil, Kick His Ass ou a arte do chute no traseiro
Por cá, foi o Euro 2004, com a construção de estádios em barda. As consequências estão à vista. Não foi a única coisa que contribuiu, mas que contribuiu, já ninguém tem dúvidas. Quando se passa em Leiria ou em Aveiro, conseguimos ver um estádio revestido de notas. Algumas dessas notas, têm o n.º de série de notas que já estiveram no meu bolso, e que até 4 de Junho foram saindo diretamente para os cofres do estado. Também os bancos, as empresas com os seus tradicionais prejuízos, as frotas automóveis, as regalias de certos setores, os municípios em estado de falência ou próximos disso, a falência dos últimos governos e a falta de oposição credível fazem pensar que por cá poderia haver manifestações em grande. A acrescentar a isto a impunidade habitual de quem quer que esteja nas decisões tomadas e que contribuem para nos roubar o futuro, visto que o presente já foi furtado há uns tempos atrás.
Do outro lado do atlântico, no país dos mermão, a construção de estádios, mesmo num momento de crescimento económico e de afirmação do Brasil no mundo, deu origem a protestos de dimensão raramente vista. Uns dias antes, um ilustre dignatário da FIFA, Valcke, veio afirmar que Excesso de democracia afeta organização da Copa. Por cá, já foi pedida a suspensão da democracia e os resultados não foram os mais positivos. Mas surgem umas vozes, de quando em quando, com ou sem ironia a falar desta questão. Valcke não é mais do que o representante daquilo que é a FIFA e dos seus íntimos desejos. Não sei se teve alguma influência, mas é natural que tenha criado algum mal estar entre os Brasileiros. Gastam dinheiro a rodos para construir estádios, alguns deles em locais onde nem há equipas de futebol e, depois disto, vem um tipo falar das dificuldades em coordenar uma Copa no Brasil devido à orgânica do país? Preferia um país mais ditatorial?
Este ilustre dignatário já deve estar longe do Brasil, pois tem tido a subtileza de um elefante em loja de porcelana de corredores bem estreitos, tendo as suas famosas frases gerado já conflitos diplomáticos. Este arauto da empatia e da capacidade de comunicar com as populações autóctones, disse ainda que "Se ingresso da Copa não funcionar, aceito chute no traseiro". Quanto tempo demorará até que cada brasileiro tenha feito uso do direito de lhe dar um chute? São quase 200 Milhões. Agora deve estar preocupado com a ideia que deu, pois funcione ou não, há uma nação com uma enorme vontade de lhe dar um grande "chute" no traseiro, como se pode ver em movimento passe livre suspende protestos em São Paulo e em Brasil das exclamações às interrogações.
É caso para dizer: Brasil, "Keep calm and Kick his ass"!
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