Assim, vou escrever sobre futebol e, simultaneamente, de pessoas que considero inteligentes. É por isso que estou a falar de Paulo Futre!
Paulo Futre??!?! Paulo Futre??!?! O Futre??!?!
Sim, esse Futre, el Futre! el Português!
Ok! Futebol tudo bem, mas inteligência?!?!?
Claro que sim! É um dos bons exemplos que podemos encontrar no mundo do futebol.
Claro que se falarmos de métodos obsoletos de encarar a inteligência, como os testes inteligência, que determinavam o quociente de inteligência, acredito que fosse mais difícil falar de Paulo Futre. Comete erros gramaticais e troca tempos verbais, mistura português com outras línguas e podemos listar mais um conjunto de problemas a si associados.
Mas hoje em dia há teorias que nos demonstram que há diversos tipos de inteligência (A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner). E Futre é, aparentemente, bom em duas das inteligências: na inteligência cinestésica, relacionada com habilidades físicas e de controlo das partes do corpo, e inteligência interpessoal, que contempla fortes habilidades de relacionamento com os outros, através do entendimento e adequada resposta a temperamentos, desejos e motivações de outras pessoas.
Relativamente ao primeiro tipo de inteligência, Futre esteve sempre em clubes de topo e conquistou uma Taça dos Campeões Europeus, no FCPorto. Foi alvo de transferências mediáticas e grandiosas para a época. E quem não se lembra dos seus dribles e velocidade, que deixava desesperados os adversários, não sendo rara a operacionalização do dito popular "dá-lhe no osso". Este tipo de inteligência, no Futre, é evidente e reconhecida pela generalidade das pessoas.
A inteligência interpessoal pode implicar uma maior certeza, mas é real. Normalmente, tinha próximas e fortes relações com os responsáveis máximos pelos clubes. Nas eleições do Sporting assistiram-se a momentos excelentes relativos a reencontros, ajustes de contas e perdões. Futre esteve muitas vezes nesses momentos. E demonstrou ainda, ter uma invejável visão estratégica, embora se possa dizer que existem dificuldades de expressão correta. E quando Futre falou sobre os chineses e os charters, o que passou foi a forma e não o conteúdo. Grandes clubes europeus estão muito atentos ao fenómeno asiático e querem ganhá-lo. Paulo Futre passou essa mensagem com um misto de entusiasmo e ingenuidade extremos. Obviamente que o soundbyte estava criado e suportado em dificuldades de falar corretamente o português. Mas a ideia e o conteúdo estavam lá. E deviamos perguntar porque vemos jogos da liga inglesa às 12h30. Não é para nos proporcionar uns jogos durante o almoço, mas sim porque potenciais mercados de milhões de habitantes podem ver o jogo a essa hora.
Apesar do empolamento dado à situação, Futre conseguiu manter a boa disposição e falar sobre esses temas de forma cordial e afável, sempre que lhe perguntavam alguma coisa sobre o assunto. Aproveitou essas debilidades, e criou oportunidades a partir delas. Com isto, fez uma grandiosa publicidade para o Licor Beirão, o licor de portugal e já escreveu um livro (el português).
Por isso digo, convitamente, que Futre é um dos elementos do futebol que tem grande inteligência.
Bem haja Paulo Futre! Que apareçam mais como tu!
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