Relações com animais: uma certa desorientação
O debate sobre temas que envolvam animais alcança, normalmente, dimensões irracionais. Foi, é e será assim com as touradas, foi, é e será assim com o ataque de animais a seres humanos, foi, é e será assim com testes de diversa ordem nos animais, é e será assim com a versão vegetariana do ser humano, e é assim com o debate sobre animais domésticos e deveres e direitos dos próprios e de seus donos. A dimensão da questão ultrapassa o debate racional e apela às emoções mais básicas, primárias e incontroláveis, colocando-o num nível de discussão animalesca, com cacarejos, grunhos, arrulhos, guinchos, bramidos e até chilreios de diversos atores, provocando uma desorientação coletiva pouco desejável.
O Hércules da fraqueza
Hoje quando lia a edição on line do Expresso foi inevitável a vinda à memória da expressão que a minha avó materna tanta vezes utilizou para me caracterizar quando estava a tentar fazer alguma coisa avançada demais para a minha idade. Ou quando simplesmente me mostrava (pela oratória) mais forte do que aquilo que era realmente. Ou quando me fazia de “valentão” e tentava alcançar o inalcançável. Perante qualquer um destes três cenários, a avó Milinha dir-me-ia: “Pareces o Hércules da fraqueza!”
Nesta mistura de metáfora com antítese, a minha avó queria mesmo dizer-me que estava no bom caminho para alcançar alguma coisa, mas que na verdade era ainda prematuro dizer que o iria conseguir num futuro próximo, o mesmo é dizer em curto espaço de tempo.
Hoje lia então na edição on line do jornal Expresso: “Na abertura das jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS, o vice-primeiro-ministro elogiou o esforço "hercúleo, digno e doloroso" dos portugueses”. Palavras de Paulo Portas para esclarecer (ou não) o povo que "é possível que Portugal esteja a poucas semanas de saber oficialmente que saiu de uma recessão técnica que durou mil dias", o que "tem uma tradução, a prazo, na vida das pessoas".
Ora, se fosse eu, Miguel Midões, a chegar hoje a casa da avó Milinha e dissesse tamanha afirmação à mesa do jantar. No meio de toda a sua serenidade, a avó Milinha dir-me-ia: “somos o hércules da fraqueza! Achas mesmo que vamos sair da recessão? Tens fé nisso?”
Caso levasse a minha convicção adiante e lhe apresentasse ainda mais alguns argumentos do nosso vice-primeiro ministro e lhe dissesse que "a maioria dos portugueses tem sabido enfrentar as dificuldades" e que isso tem ajudado o país a sair da recessão. Depressa a avó Milinha ir-me-ia lembrar do aumento esperado com as despesas do governo para 2014, ou não fosse o governo ter aumentado significativamente de elementos. Dir-me-ia na sua gíria: “esses papões! Estão lá é para nos comer as papas na cabeça!”.
Então se lhe dissesse que "a austeridade é uma consequência do resgate e não uma escolha", a avó Milinha diria, com toda a certeza “estás perdido meu amor. Deixaste-te perder. Então interessa-me lá se foi uma escolha ou se foi a consequência de um resgate. O que eu sei é que a minha reforma, que nem chega a 300 euros, mal dá para eu comer. O que eu sei é que só na farmácia deixo tanto em medicamento quando de reforma ganho e que o que me vale é a reforma do teu avô que passa ligeiramente os 300 euros. Sim, e vale-me o facto de ainda termos umas hortas e umas árvores de fruta!”
Remataria, com certeza, “como hercúleos somos, meu amor! Mas, somos os hercúleos da fraqueza! E Eles?”
Não há pior feedback do que a falta de feedback.
Não há pior feedback do que a falta de feedback.
No que respeita aos e-mails, eu sou um dos que tem uma baixa taxa de resposta. Normalmente, penso que os outros deviam dar resposta, colocando o ónus da questão nos outros. No entanto, o problema pode estar nos meus e-mails.
Vou implementar algumas dicas com o intuito de obter maior feedback. Enumero-as abaixo:
Vou implementar algumas dicas com o intuito de obter maior feedback. Enumero-as abaixo:
1. Cumprir as regras de pontuação e do uso de maiúsculas.
2. Ir direto ao assunto, mas com educação.
3. Ser breve, mas não em excesso.
4. Cortar gordura da mensagem, mas mantendo a carne intacta.
5. Esclarecer o que aconteceu, e quando.
6. Adicionar uma linha de assunto curta mas descritiva.
7. Adicionar criteriosamente as pessoas.
Espero que estas dicas aumentem significativamente a taxa de resposta aos e-mails. Se quiserem saber mais, fica de seguida o link para o artigo: http://www.dinheirovivo. pt/Emprego/Artigo/CIECO116446. html?page=0
Já Fernando Pessoa o dizia...
Os selvagens!
No domingo, depois de arrumar a cozinha, em vez da
habitual paragem no sofá para fazer zapping pela deprimente televisão nacional
(ao domingo à tarde) decidi que haveria de ir levar a reciclagem ao centro da
vila do Luso.
Esquecendo-me de que era domingo, depois de “despejada”
a reciclagem no seu devido lugar, decidi que iria à Fonte de São João encher
cinco garrafões de água, apenas cinco.
Ao leitor do Luso passo a explicar as razões porque
fui à fonte buscar água (não é muito habitual ver por lá alguém do Luso):
1º - a água de minha casa é de furo e prefiro beber a
da fonte (questões de segurança);
2º - é mítico o gesto de ir à fonte buscar água;
3º - curiosidade em apreciar a fonte num domingo à
tarde.
Não era verão, mas o tempo estava ameno.
Cheguei com os meus cinco garrafões na mão e havia…
FILA!
CONSTATAÇÕES:
1.
Eram imensos os rótulos espalhados pelo chão e
presos nas grades por onde escorre a água;
2.
As pessoas acotovelavam-se para encher mais
garrafões que o vizinho e havia mesmo quem estivesse com garrafões em três
bicas. Ou seja, duas mãos a controlar três garrafões a encher de cada vez;
3.
Os garrafões vazios que estavam à espera de
encher (à exceção dos meus) eram de todas as marcas menos do Luso ou do
Cruzeiro. Reinava Mini-Preço, Continente e Pingo Doce;
4.
O que mais se ouve é: “Leva, leva! Ali, ali…
corre! Vai ao carro, mas vai depressa e volta para buscar mais!”
Embora estagnado, perplexo e até um pouco anestesiado
com tamanha insensatez, continuei impávido e sereno a assistir à “comédia” até
que fui “ultrapassado”. Do alto dos seus sapatos altos e das suas gangas
justas. A senhora que desceu as escadas apressadamente, em jeito de corrida,
olhando para trás e dizendo ao marido barrigudo e de bigode que corresse, não
viu a fila, não respeitou a espera dos outros e com sorrisinho malandro (à
tuga) esgueirou-se para a bica que há 2 segundos tinha ficado livre. A bica que
era (ou ia ser) minha!
O cúmulo: olhou para mim, de alto a baixo. Virou a
cabeça ao chão. Não satisfeita, voltou a olhar para mim e de novo o sorrisinho
malandreco a dizer-me: “fui espertalhona!”
A isto apenas consegui abrir a boca e responder: “nunca
viu um fato de treino com um homem lá dentro?”
Fiquei incrédulo. O senhor de bigode lá chegou.
Esperou que os garrafões enchessem. Arrancou o resto de um rótulo que já estava
pendurado, deitou-o ao chão e acartou com os garrafões. Os saltos altos
seguiram-no, não sem antes voltar a dar o sorrisinho maroto ao tipo de fato de
treino: “fui espertalhona!”
Enchi os meus garrafões e no caminho para casa vinha
a pensar em ideias (perigosas) para solucionar tamanha insânia na fonte de São
João, no Luso. Aqui ficam algumas dessas ideias (perigosas ou estúpidas):
1.
Criar um cerco à fonte e colocar um fiscal que
atribuiu senhas aos “esfomeados por água” e um número mínimo de garrafões a
encher. Mas, quem pagaria este senhor? A junta, a câmara, os parquímetros que
não existem nos estacionamentos que circundam a fonte, etc…
Este mesmo
fiscal aplicaria multas a quem deixasse rótulos no chão ou garrafas e garrafões
abandonados…
2.
Libertar duas bicas (as das pontas, por exemplo)
para que os turistas possam encher a sua garrafa e/ou beber água na palma da
mão;
3.
Obrigar os “esfomeados por água” a receberem
cinco minutos de formação de boas maneiras, valores e boa educação.
Esta última será, sem dúvida, a mais necessária, mas
aquela que deveria também ser a mais dispensável, porque afinal de contas todos
devemos ir adquirindo, à medida que crescemos, boas maneiras, valores e boa
educação.
As ideias são perigosas, mas alguma coisa há a fazer
naquele local. Quem tiver ideias melhores que as apresente e as implemente.
A grande conclusão que tirei, e com efeitos imediatos
a partir de agora: seja verão ou inverno, ir buscar água à Fonte de São João,
no Luso, para beber em casa, nunca ao domingo e sempre depois das 20h.
Para ver selvagens, escolho outro sítio!
voar por aí: aldeias da luz no mundo
Fonte: público |
* Kiruna (Suécia)
* Hibbing (EUA)
*Tallangatta (Austrália)
* Galveston (EUA)
* Minor Lane Heights (EUA)
* Morococha (Peru)
Vale a pena conhecer um pouco mais das cidades e dos motivos da sua transferência de local em: Hypescience
voo rasante: Passar camisas
"Quando veio até mim uma mãe que me disse "tenho um filho de 30 anos, mas não se casa, não se decide, tem uma noiva bonita, mas não se casam", eu respondo: 'Senhora, deixe de passar-lhe as camisas"", comentou o pontífice argentino, num ato transmitido em direto pela televisão." in [JN]
Há atualmente uma atitude tão protetora relativamente aos filhos que há casos em que aos 40 ou 50 anos, nem todos cortaram o cordão umbilical.
Mad scientist ou o cientista alucinado e o teletransporte
No concurso de Outono dos discursos de improviso em Inglês, realizado no CTC (Coimbra), e superiormente organizado pelo clube de Leiria, o tema foi Mad Cientist "your last mad invention"! Ouve dois discursos improvisados e de grande qualidade, pela história sobre transportes que conseguiram construir em apenas 120 segundos: transporte magnético por indução de baixas temperaturas (Daniel) e o teletransporte (António).
Para os curiosos e para o António, um dos Mad Cientists, deixo uma sessão experimental que foi levada a cabo num centro comercial! Estarás a ficar para trás nas tuas invenções, António?
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