Partindo do artigo da Inês Serra Lopes "o regime e o pacto dele", podemos perceber a dificuldade da autora em entender a necessidade de um governo de bloco central. Concordo plenamente, e digo ainda que apenas serviria para diminuir as escolhas que temos, relativamente a quem nos governa. Seria uma limitação à democracia. Há no entanto outras limitações que veria como positivas:
- Os circulos uninominais seriam uma possibilidade, porque se poderia responsabilizar directamente o deputado eleito por uma região, e este saberia que deveria defender essa região. O que acontece hoje, é que mesmo que o deputado defenda uma região, tem que parecer que é o país o seu interesse. Claro que deveria haver um conjunto de deputados de circulo nacional. Mas veja-se o caso do deputado do limiano, ou das regiões autónomas. Claro que o seu propósito é defender a sua região. E qual é o problema? Mas promova-se a transparência! Estes não são deputados da nação, são deputados de uma região.
- O líderes de governo deveriam sê-lo durante apenas um mandato. Este mandato poderia ser aumentado para 5 ou 6 anos, mas não poderia haver recandidatura. Este poderia diminuir um dos grandes problemas da nossa democracia, que é actuar com vista à reeleição. Até daria de barato a necessidade de passar um ano a estudar dossiers, mas teriam tempo suficiente para implementar o projecto com o qual foram eleitos, sem ter que se preocuparem em ter as acções populares necessárias para garantir a sua reeleição. Claro que comporta o risco de irem sem projectos, e serem eleitos com base no populismo e na capacidade de marketing. Mas nesse caso, qual seria a novidade? Não é o que se passa já? Pelo menos ficaria apenas um mandato.
Claro que estas são opiniões de um leigo e que os politicos, politólogos, comentadores e afins, terão soluções que não imagino sequer e que serão fantásticas.
Mas seja o que for que se faça, o importante é ter a consciência de que é importante mudar alguma coisa.
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