O golo é o sal do futebol
Qualquer adepto de futebol sabe que o golo é o ponto alto de um jogo de futebol. Há tácticas de jogo espantosas e admiráveis. Há planeamento de equipas e de jogos absolutamente extraordinários. Mas o estádio vem abaixo quando o golo acontece. É a explosão global. É a alegria no seu máximo esplendor. É a emoção mais primária a romper com uma espontaneidade e bestialidade a nossa mais dura armadura. O mais sorumbático e snob britânico não consegue conter as suas emoções, que vão muito para lá do esboçar de um sorriso vitorioso. Mesmo quem defende um futebol mais defensivo, vibra com o golo da sua equipa. Assim, a apologia do golo está em alta, e acredito que o golo continuará a ser o objetivo mais valorizado num jogo de futebol. Aliás, são vários as formas como podemos ver a importância do golo. Não só pelo golo "per si", mas também pela consulta de artigos e notícias que vão que vão refletindo sobre a média de golos de cada competição, ou nas situações de desempate com a famosa "goal average", em que quem mais marca tem mais possibilidades de sucesso.
As simpáticas goleadas
Este enquadramento, leva-nos à questão principal: As goleadas são desejáveis?
Por um lado, faz-se a apologia do golo, por outro lado, pretende-se o equilíbrio entre as equipas. Assim, qual deverá ser a atitude face a goleadas que volta e meia acontecem?
A histórica goleada do Sporting em 1963, por 16-1 contra o Chipre continua a ser record nas competições da UEFA. Claro que me vou abster de falar do Sporting do século XXI nas competições europeias e de goleadas ao mesmo tempo. Ficamos melhor com estas boas recordações históricas.
Ainda no que se refere a goleadas, podemos questionar se o Taiti deveria ter estado presente na Taça das Confederações! Sofreu muitos golos em pouco tempo, mas espalhou simpatia pelos campos por onde passou. No final teve uma despedida com a magia de quem é grato: Taiti: Obrigado Brasil. Vale a pena ter estes milagres no futebol? Pessoalmente, acredito que sim! É a oportunidade que há de equipas mais fracas contactarem com grandes palcos e com grandes artistas, mesmo correndo o risco de ter jogos desequilibrados e desinteressantes. Realizam-se sonhos e surgem novos sonhos associados a estes momentos. Assim, é engraçado ver jogos da nossa seleção com o Azerbeijão, com Malta ou com outros clubes com menos competências e capacidades futebolísticas, em que a questão é por quantos? a segnda questão é: a que minuto vamos marcar. Esta é a versão pura do futebol. O Futebol a cumprir o seu papel de união entre povos e a espalhar harmonia e amizade. Por outro lado, verifica-se uma aproximação mais ou menos rápida dessas seleções a outras seleções, começando a ser comum ter resultados surpreendentes com essas seleções. Assim há um paradoxo legítimo do futebol que passa por: " Como é que o golo é o sal do futebol e queremos jogos equilibrados?"; "Porque é que as goleadas não são tão emocionantes?" Mesmo não sendo emocionantes, vão cumprindo com o seu papel de aproximação entre as seleções, o que aumenta a competição pretendida.
Sal demais estraga
Podemos falar ainda de sal demais. Golos demais estragam um jogo. Deixa de ser um jogo e passa a ter um conjunto de outros conceitos associados que não são tão agradáveis. Assim, o sal posto nos jogos do campeonato da Nigéria, com resultados de 79-0 e 67-0, entre clubes que nem quero saber o nome, estraga o espetáculo, sem dúvida. Acredito que este seja um iceberg em que só vimos a ponta! Federação Nigeriana suspende equipas!
Sal sim, mas com tento!
Golo sim, mas com tento!
Sem comentários:
Enviar um comentário