O prémio Nobel da Paz de 2017 vai para..................................................
a Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN)!
Alfred Nobel, inventor da dinamite, instituiu cinco prémios Nobel (Física, Química, Medicina, Literatura e Paz). Estes prémios existem desde 1901 e são prova de um reconhecimento por feitos extraordinários, no que ao âmbito do tema a que corresponde. Existe um Comité Nobel, nomeado pelo parlamento norueguês que analisa e escolhe anualmente os premiados.
Relativamente ao prémio Nobel da Paz, este ano foi para uma ONG Anti-Nuclear. Nesta era em que o nuclear tem voltado a estar tão presente nas nossas vidas, é importante reforçar a ideia de que a humanidade não quer a paz à custa do medo imposto pelas armas nucleares. O medo é o que promovem os países detentores de armamento nuclear, com a ameaça dissuasora da utilização das armas. Potencialmente, estamos a falar do fim da humanidade.
No caso do Nobel da Paz, há algumas curiosidades, relativamente a outros Nobéis: pode ser atribuído a pessoas e/ou organizações que estejam num processo de pacificação, ou de resolução de conflitos. O objetivo pode ainda não ter sido alcançado, mas existem ações a serem desenvolvidas. É ótimo que assim seja, pois funciona como fator motivador para quem está nesses processos, a sofrer pressões de imensas partes (imagino eu). E muitas vezes, um reconhecimento pode ser a diferença entre desistir ou continuar o caminho definido.
Assim, espero que a Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares continue o seu caminho, que não pare, apesar da noção generalizada da dificuldade que existe na eliminação das armas nucleares, quer pelo seu potencial de afirmação de poder (interno e internacional) quer por questões económicas (permite reduzir significativamente os exércitos e seus custos, enquanto aumenta significativamente o poder).
Há uns dias tinha falado sobre o legado para gerações vindouras, sobre o que queria para o futuro dos meus filhos, ver neste artigo. Curiosamente, disse que era um discurso associado aos concursos de miss. Felizmente, existem cada vez mais pessoas, países e/ou organizações que com a preocupação sobre as consequências da existência destas armas e que intervêm a vários níveis para eliminar o armamento nuclear.
Gostava que Portugal estivesse envolvido neste caminho de paz para o mundo. Foi um país pioneiro na abolição da pena de morte, lutou e foi um dos grandes impulsionadores da libertação de Timor Lorosae, tem o secretário-geral da ONU. Por tudo isto, tem responsabilidades e um papel importante na paz no mundo. Principalmente pela sua capacidade diplomática e de persuasão.
No entanto, segundo a TSF:
"esta organização não-governamental junta centenas de países que lutou para que as Nações Unidas implementem um tratado internacional que proíba as armas nucleares. O acordo histórico foi aprovado a 7 de julho deste ano por 122 países. Terá agora que ser assinado por pelo menos 50 estados.
Portugal não vai assinar o tratado. No mês passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, explicava que "Portugal não pode ser membro da NATO, que é uma aliança nuclear, e ser subscritor de um tratado que declara ilegais as armas nucleares. Portugal não é membro de alianças ilegais".
Esperemos que a presença de Portugal na Nato tenha algum impacto na procura da abolição das armas nucleares, através de acordos com outros países e blocos.
Que este prémio seja uma luz no caminho para um mundo novo, livre de armas nucleares.
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