Desodorizante Mineral de Alúmen
A Elsa apareceu cá em casa com um calhau semelhante ao da fotografia, que a Catarina Paiva lhe empandeirou, muito contente porque alegadamente tira o cheiro a "sovacum" e melhor que tudo, segundo ela, não empastela as camisas.
É suposto ser um desodorizante.
Como sou um céptico, achei que era a mesma coisa que a pedra 444 da barba e fugi. Já me via um dia inteiro tipo albatroz com as asas paralelas ao chão.
Não serviu de nada fugir. Homem que é homem sabe que em casa manda tudo aquilo e apenas o que a mulher lhe deixa mandar e lá acabei por ceder. Molhei o calhau, fechei os olhos, cerrei os dentes e esfregacei as axilas.
Não aconteceu nada.
Fiquei um nadita desapontado. Nem um ardor.
Mais de dez horas passadas, não há um cheiro que seja para contar a história.
Fiquei com a pulga atrás da orelha e fui pesquisar à net.
Eis então que descubro que é uma coisa antiga, que a malta do norte de África usa há gerações e que o método de funcionamento é do mais básico que existe: não evita a transpiração, limita-se a matar a bicheza que produz o mau cheiro.
Serve como desodorizante e como cicatrizante após a depilação e afinal é praticamente igual à tal pedra 444 que se usa como after-shave. Apenas não arde.
Quanto às contra-indicações, tem qualquer coisa a ver com o alumínio e a sua ligação a alguns tipos de cancro, mas o lado bom é que tem em quantidades infinitamente mais pequenas que os desodorizantes que usamos normalmente.
Continuo sem perceber porque é que não é mais usada.
Para os interessados, a Catarina vende-a na Cais Pharma e a coisa chama-se pedra alumen.
Autor: Pedro Costa (Pedro Costa)
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