Multibanco: vai dar bronca ou a montanha pariu um rato?


O Pingo Doce parece ter adotado uma estratégia de "largar bomba" de tempos a tempos. Depois da polémica dos descontos no dia do trabalhador, vem agora com a uma nova bomba que se pode ver na seguinte notícia: pingo-doce deixa de aceitar cartões de crédito e de multibanco em pagamentos inferiores a 20 euros! Não consigo perceber se foi uma tentativa de "bluff" ou se houve intenção de pôr em prática a ameaça de forma permanente. O Jumbo veio dizer que pondera tomar medidas idênticas e o Continente afirmou que não é sua intenção tomar qualquer destas medidas.

Não sendo a nossa intenção questionar a estratégia, será interessante acompanhar a guerra aberta entre dois setores com um poder próximo do absoluto e sem contestação. Uma das questões que já foi evidenciada é que numa guerra, há muitos imponderáveis que não estão sob o controlo direto dos intervenientes. Sendo expetável a intervenção célere das entidades de defesa do consumidor, acredito que quem lançou a bomba não contasse com a surpreendente a rapidez da intervenção de um terceiro colosso na área das telecomunicações, a sossegar os consumidores, assegurando alternativas aos pagamentos com multibanco e derivados, como se pode ver na seguinte notícia:  restauração prepara com a PT sistema de pagamento alternativo aos cartões. Será este um passo rumo à substituição total dos cartões multibanco?

Depois de várias tentativas de mudar o modelo associado à nossa rede de cartões, nomeadamente no que respeita a quem suporta os custos, mesmo que seja várias vezes utilizada como argumento para demonstrar a capacidade de inovação dos portugueses e ao seu compromisso com o desenvolvimento,  esta é mais uma tentativa de alterar o que aparentemente está bem e promove as trocas comerciais. A Unicre diz que tem feito um esforço considerável para reduzir custos das taxas. Tem conseguido? O melhor é aguardar para ver onde isto vai parar. Não compreendendo bem a colocação de restrições às formas de pagamentos possíveis. Devia ser missão de qualquer organização com fins lucrativos proporcionar todas as formas possíveis e imaginárias para que o cliente pudesse pagar um produto ou serviço sem qualquer complicação ou obstáculo. Já começamos o nosso boicote pessola, mas não radical, ao pingo doce e ao jumbo. Sempre que possível, e apesar de gostar dos iogurtes do pingo doce, as minhas compras serão feitas no Continente e nas lojinhas do comércio local aqui à volta, tendo a esperança que o princípio do mosquito (bbbzzzz... mosquito no quarto) seja cumprido.

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