Que pobreza te vai na alma rapaz?
Qual tristeza teus olhos cerram?
Que passado tiveste
que deu à criança que foste
a não esperança em homem ser?
Que necessidades te criaram?
Que pancada levaste
para que os teus olhos
não mais vissem o que
o teu coração deixou de sentir?
Quanta revolta transmite
cada fio do teu cabelo.
O desalinho da tua desgraçada beleza
torna-te alvo fácil
que nem o medo te pode salvar.
Que não me saibas
como te soube quem te fez.
Que não me saibas
como muitos às tuas mãos te souberam.
Enfia uma faca entre a goela (e...)
calada e pressionada.
Mata-te e renasce
filho de ninguém, resultado de todos nós.
Miro-te, tentando descortinar o que pensas...........................
Do teu olhar morto, quedo, lívido,
lavado de sentimentos
só a esperança de que poderás ser
te faz viver.
Se olhasses o teu igual
e lhe puxasses palavras
deixarias a tua veste de carrasco.
Morrerias ainda assim
(que a realidade é fria e resoluta quanto a isso).
Mas saberias, contudo,
o que significa a empatia.
Atreve-te rapaz!
Sê forte.
Dá o peito às palavras!
Ao contrário das balas
as palavras enriquecem o corpo.
Despe-te
e deixa o teu corpo nu
receber
a alma despida da tua vítima.
Virgens na troca
gerarão compaixão.
Amolece rapaz e faz-te homem.
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