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Nem sempre é fácil conhecer os valores pelos quais nos regemos. Pode ser algo muito inconsciente. Mais difícil ainda, é passar os valores que nos foram passados e nos quais acreditamos. Diria mais... Com o frenesim diário, nem sempre é fácil parar para pensar e saber quais são, conscientemente, os nossos valores. No entanto, é fundamental pararmos e pensarmos que valores queremos passar aos nossos filhos, às nossas crianças. Quando identificamos os valores, pode ser útil encontrar formas engenhosas e divertidas de os passar, aproveitando o dia a dia, as dificuldades que surgem, os momentos de alegria, um filme analisado criticamente e perceber como, em qualquer situação, podemos aproveitar para passar os nossos valores. Pode ser através do exemplo da nossa seleção, falando dos valores como a união, a solidariedade, a esforço ou a esperança; ou pode ser através de uma cena de um filme de Harry Potter, em que podemos transmitir a importância do trabalho, a persistência, a coragem ou o altruísmo, ou ainda uma notícia de plágio e as consequências daí decorrentes (como alguns casos conhecidos, dos quais se destaca o caso do Toni Carreira, pelo seu mediatismo enquanto cantor e pelo apetite que causou na imprensa e redes sociais).
Para facilitar a identificação dos meus valores, fica aqui registada uma lista interessante que encontrei no livro "Educar sem gritar" de Guillermo Ballenato. Acredito ser um apoio precioso na identificação dos valores que quero passar. São os seguintes:
Família: como valor fundamental e ponto de partida do desenvolvimento individual e social. É um espaço de encontro e acolhimento, de ajuda mútua e apoio incondicional, onde se pode aprender, aumentar a nossa confiança básica e encontrar segurança amparo.
Respeito: a convivência só é possível a partir do reconhecimento, da compreensão e da aceitação dos outros, da sua maneira de ser, pensar e agir, mesmo quando diferem das nossas. Implica dar valor às diferenças, respeitar os bens que não nos pertencem, tratar os nossos semelhantes com dignidade e ter também consideração para consigo mesmo. Temos de educar os filhos no respeito dos outros e, naquilo que ainda pode ser mais importante, no respeito por si mesmo.
Amizade: o afeto pessoal e mútuo que nasce do contacto com amigos e que se pode alimentar com base na confiança e, na fidelidade e na lealdade.
Cooperação: a importância de trabalhar juntos para obter objetivos comuns e, metas partilhadas. Saber trabalhar em equipa como mais um.
Alegria: cultivar o sentido do humor, sorrisos, risos. Aprender a contentar-se e a desfrutar das pequenas coisas, a encontrar a satisfação e o prazer com base no optimismo.
Sinceridade: descobrir o valor da verdade, do autêntico. Falar com franqueza, com clareza. Isto envolve a recusa do engano, da mentira e da ocultação quando comunicamos com os outros.
Coerência: pensar, falar e agir de acordo com os nossos princípios, mostrar congruência, ser-se capaz de cumprir com a palavra dada.
Empatia: desenvolver a capacidade de entender como pensam e sentem os outros, aprender a colocarmo-nos no seu lugar para compreender o seu ponto de vista, a sua visão pessoal.
Educação: tratar os outros com cortesia e civismo, aceitando e compreendo as regras que nos auto-estabelecemos para tornar a convivência possível.
Justiça: um valor essencial que nos leva a agir em consciência, com sentido de acuidade e de equilíbrio. Devemos procurar dar ou tentar tratar cada pessoa de acordo com a sua unicidade, como indivíduo único que é.
Solidariedade: ajudar os outros, os colegas que tem dificuldades, as pessoas que têm alguma limitação ou incapacidade, as que sofrem de adversidades ou doença. Esta atitude implica assumir uma co-responsabilidade nas causas de outros, tendo em consideração que são seres humanos iguais a nós.
Generosidade: vinculada à solidariedade e à vontade; ser capaz de dar sem esperar nada em troca, sem que usados sejam movidos pelo interesse, apenas pelo desejo de dar.
Bondade: a inclinação para fazer o bem aos outros, a agir com humanidade, com boa vontade. Educar o nosso filho para que este seja, como se diz coloquialmente, uma boa pessoa.
Honradez: Agir com os outros com integridade, com nobreza e sentido de honra, tentando fazer com que os nossos comportamentos sejam regidos pela consciência moral.
Liberdade: envolve a possibilidade de manifestar e defender as nossas opiniões, de decidir voluntariamente aquilo que queremos pensar ou aquilo em que acreditamos, decidimos ou fazemos. Esta obtém-se a partir do respeito às normas de convivência, mas também a partir do reconhecimento e do respeito à liberdade dos outros.
Responsabilidade: valor associado a liberdade; envolve a aceitação das consequências que derivam das ações que decidimos e realizarmos livremente. Implica colocar um especial cuidado e atenção nos nossos atos, porque devemos responder por eles.
Trabalho: valorizar a importância de nos mantermos ativos, de produzir, de construir, de criar. As maiores obras surgem da dedicação, do esmero, e do esforço. O trabalho dignifica os seres humanos.
Ilusão: Viver com uma atitude positiva, motivados, com a esperança de conseguir aquilo que desejamos, confiante que podemos alcançar os nossos objetivos.
Vontade: o ânimo pessoal e a resolução própria para fazer as coisas com prazer, com gosto, querer mesmo fazê-las. Exercer a nossa faculdade para decidir e agir por nós mesmos, sem que seja preciso um impulso extremo que nos pressione a fazê-lo.
Constância: aprender que a firmeza nos objetivos e tenacidade nos projetos conduzem ao êxito. Os resultados são quase sempre fruto da perseverança. Perante o fracasso, podemos continuar a tentar, a experimentar uma e outra vez, e a melhorar a cada nova tentativa, até alcançar o objetivo.
Para quem, mesmo assim, não se identifica com alguns destes valores, ou considera que há outros mais relevantes, o autor dá-nos a possibilidade de termos acesso a um conjunto mais alargado de valores que deverão contribuir para o que queremos passar para os nossos filhos. Cada um de nós ainda pode encontrar outros valores que não se encontrem aqui e que sejam relevantes.
Eis a lista:
Aceitação
Afeto
Ajuda
Alegria
Altruísmo
Amabilidade
Ambição
Amizade
Amor
Apreço
Aprendizagem
Austeridade
Autenticidade
Autocontrolo
Auto-estima
Autonomia
Auto-realização
Beleza
Bondade
Calma
Caridade
Civismo
Coerência
Colaboração
Compaixão
Competitividade
Compreensão
Compromisso
Comunicação
Confiança
Conhecimento
Constância
Cooperação
Coragem
Cordialidade
Criatividade
Critério
Critica
Cultura
Decisão
Delicadeza
Dever
Diálogo
Dignidade
Diligência
Diplomacia
Direito
Disciplina
Discrição
Disponibilidade
Diversão
Doçura
Educação
Eficácia
Elegância
Emoção
Empatia
Entusiasmo
Escuta
Esforço
Esperança
Espiritualidade
Ética
Exemplo
Êxito
Família
Fé
Felicidade
Firmeza
Flexibilidade
Força
Formação
Generosidade
Gratidão
Habilidade
Harmonia
Higiene
Honradez
Hospitalidade
Humanidade
Humildade
Humor
Ideais
Identidade
Igualdade
Ilusão
Imaginação
Independência
Individualidade
Iniciativa
Inovação
Integração
Integridade
Inteligência
Intuição
Inventiva
Justiça
Juventude
Labor
Lealdade
Liberdade
Magnanimidade
Maturidade
Misericórdia
Modéstia
Moral
Motivação
Naturalidade
Negociação
Normas
Obediência
Ócio
Optimismo
Organização
Originalidade
Paciência
Partilhar
Participação
Patriotismo
Paz
Perfeição
Perseverança
Personalidade
Piedade
Poder
Prazer
Prestígio
Profissionalismo
Prudência
Racionabilidade
Realismo
Reflexão
Religiosidade
Resistência
Respeito
Responsabilidade
Riqueza
Risco
Saúde
Sabedoria
Serenidade
Segurança
Sensibilidade
Sexualidade
Simplicidade
Sinceridade
Sociabilidade
Solidariedade
Superação
Ternura
Temperança
Tempo
Tenacidade
Tensão
Tolerância
Trabalho
Tradição
Transcendência
União
Urbanidade
Verdade
Vida
Vocação
Vontade
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