É sabido que as crianças passam mensagens fortes de forma simples. Isto significa que têm uma força muito maior para quem as quiser captar.
Hoje o Diogo demonstrou-me porque é importante ter uma atenção grande ao que se diz, pois a interpretação dada pode ser diferente da interpretação esperada. Vejamos: depois de algumas dificuldades para convencer o Diogo das capacidades fantásticas das sopas, e do bem que faz, ele acedeu em comer 3 colheres. O resto da refeição não deve ter sido suficiente para o saciar, pois pouco tempo depois de nos ter convencido, à custa de 2 ou 3 gritos, a sair da cadeira, apelou à nossa compreensão para a sua necessidade de comer umas bolachitas. Não houve propriamente negociação, e com o poder da posição ocupada e não com o da persuasão, conseguimos que ingerisse uma única bolacha.
Viu o mel no armário das bolachas e disse radiante "Meeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeelllllllll!!! Não conseguimos resistir, e justificando-nos com alguma tosse com que anda e com as características medicinais do mel, acedemos em lhe dar uma colher. Mas dissemos: "Diogo, podes comer uma colher de mel antes de te deitares!"
O Diogo saiu a correr como nunca o tinha visto, e eu preocupado, corri atrás dele. Ao chegar ao quarto atira-se com um mortal e dupla pirueta aterrando de forma que não pode ser considerada propriamente suave e diz com um ar de extrema felicidade: "Papá, quero mel! O Diogo já deitou!"
Sorri e não consegui evitar dar-lhe o mel, mesmo tendo a certeza de que a sua noite de sono começaria um pouco mais tarde.
Interpretações diferentes da mensagem pretendida são comuns no nosso quotidiano. De facto, disse que teria direito a uma colher antes de deitar. Não disse quando se deitaria. Obviamente que o Diogo ouviu, processou e planeou a melhor forma para atingir o seu objectivo.
Quando passar mensagens ou delegar tarefas, tenho que ter em conta esta grande lição.
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