Tiros no PE(C)

Imagem retirada de: malaaviada.blogspot.com/2008_02_01_archive.html

É incrivel a capacidade que alguns destacados elementos do PSD (ou do PPD/PSD) têm de dar tiros nos pés.
Um congresso que teve todos os ingredientes para marcar uma mudança numa laranja pouco doce tornou-se conhecido pela "lei da rolha".
Santana repetiu aqui a sua capacidade invulgar de permitir à imprensa criar belos "SoundBytes". Há coerência de comportamento.
Estas questões trazem algumas preocupações:
- Será que se pudesse Santana teria dito que quem estivesse contra deveria ser "preso"?
- Quantas pessoas conhecemos todos nós que já teriam saido dos seus partidos há muito tempo?
- Não terão os lideres que trabalhar para convencer as pessoas, motivá-las e envolvê-las nas lutas, não por carneirismo mas sim por convicções?
- Quem operacionalizar o ponto anterior é de facto um líder. Os outros? Dúvido.
- Apesar da pele de cordeiro, não terão os outros partidos telhados de vidro? Quem não conhece elementos de outros partidos que foram forçados a sair dos mesmos por diferença de opinião?

Mas o mais importante de tudo isto, pretende-se com o desviar a atenção do essencial, estando a discutir o acessório. (Apenas considero acessório, porque os candidatos a lider do PSD já vieram manifestar a sua intenção de corrigir um erro, que acredito tenha sido inconsciente na maioria dos congressistas, apesar de crer que alguns houve que foi por convicção que votaram este artigo).

O mais importante neste momento seria discutir os efeitos do PEC na sociedade, a provável criação de novos pobres, a encapotada não subida de impostos, entre outros problemas que são fundamentais para toda uma classe que representa a maior fatia de população do país.

O mais importante neste momento é discutir como podem certos administradores receberem prémios pornográficos, quando se pede a toda uma sociedade que aperte o cinto.

O mais importante é esclarecer se existe corrupção em muitos dos negócios realizados e que proporcionam esses prémios.

O mais importante é saber porque recebem esses prémios gestores que estão em empresas com concorrência nula ou quase.

O mais importante é garantir que o exemplo vem de cima, e que se acaba com esta imagem (que não será só imagem) de que o mexilhão é sempre comido.

Não dizia José Manuel Barroso que um dos principais objectivos da UE seria diminuir o número de pobres? Como se pode aplaudir este PEC de forma tão declarada, quando vai contra os interesses da população e contribui de forma inequívoca para a diminuição da sua qualidade de vida?

Agora, perdoam a quem colocou os seus dinheiros nos "off-shores". No entanto, quem tenta salvaguardar os seus próximos e seus bens com seguros de vida e de acidentes, é penalizado.

É por tudo isto que é preocupante que os tiros no pé continuem, quando o necessário seria um tiro no PEC.