Joker


Arthur Fleck é uma pessoa com uma doença psiquiátrica. Li recentemente uma entrevista com um psicólogo que dizia ser a melhor representação do riso patológico. Que este filme retratava a doença e a sua evolução de uma forma extraordinária. Foi nos primeiros dias do joker. Sem saber porquê, sabia que tinha que ver este filme.E valeu a pena.

Há imensas mensagens e análises que se podem fazer. Para memória futura, fico com as seguintes interpretações:
i.) O Joker era um doente a quem a sociedade tratou muito mal, o que agravou o seu estado. Não é preciso ser doente para que a sociedade ou as circunstâncias possam levar alguém a loucura e que possa cometer atos parecidos com os retratados no filme.
ii.) Tornou-se uma figura de proa, mesmo sem querer. Foi aclamado herói. Conseguem-se observar vários casos de pessoas que, sem querer ou sem sonhar com a dimensão das suas ações, começam movimentos cívicos e atividades de protesto que não se sabe onde podem parar. Como as massas seguiram um louco e a mensagem que percepcionaram como sendo a sua mensagem. Mesmo não havendo mensagem... A fronteira entre civilização e a barbárie é muito ténue. Umas mudanças, uma greve de camionistas, de enfermeiros, de homens do lixo e essa fronteira é posta em causa ao fim de pouco tempo. E atitudes bárbaras, que se vão espalhando facilmente, passam a ser cada vez mais comuns, para não dizer o normal.
iii.) Phoenix, Joaquin... Que grande papel!

Ler mais em:

Pai que perdeu filho e que trabalhava muito * Para me lembrar...


Este é um texto com o qual quero ficar... 
Para me lembrar sempre... 
Para me lembrar um dos motivos por que me tornei trabalhador independente...
Para me lembrar da excelente opção quando decidi ser trabalhador independente...
Para me lembrar do que tem valor na minha vida...
Para me lembrar como é bom acompanhar todos os passos deles...
Para me lembrar que consigo ir às suas festas escolares...
Para me lembrar que vou falar com frequência com os professores...
Para me lembrar que estou disponível para muitos momentos...
Para me lembrar que são a grande motivação para o que faço...
Para me lembrar quão importante é dar-lhes o exemplo na prática, e mais do que dizer que a família é importante, provar-lhes na prática que a família é importante...
Para me lembrar que assim estou muito mais feliz e realizado...

Por tudo isto, partilho o texto abaixo, que li na Crianças a Torto e a Direito

A mensagem do pai que perdeu o filho enquanto passava muito tempo a trabalhar: “É mais tarde do que pensam”by criancasatortoeadireitos



Notícia do Observador de 8 de setembro de 2019.


Storment estava numa reunião quando soube que o filho tinha morrido subitamente. Agora, arrepende-se de ter passado mais tempo a trabalhar do que com a família. E deixou conselhos no LinkedIn.

“Abracem os vossos filhos. Não trabalhem até muito tarde. Provavelmente vão arrepender-se de estar a gastar o vosso tempo nas coisas em que o gastam agora quando ele se esgotar.” Foi este o conselho que um pai deixou no LinkedIn poucas semanas depois de saber que o filho tinha morrido subitamente. E de perceber que, nos oito anos de vida da criança, tinha passado menos tempo com a família para se concentrar no emprego. O texto foi publicado por ele nas redes sociais e tornou-se viral.

Naquele dia, J. R. Storment tinha acordado cedo para trabalhar na FinOpsFdn, a empresa de que era presidente. Não se despediu dos filhos antes de sair de casa. Passado umas horas, estava numa reunião — a comentar que nunca tinha tirado férias desde que aceitou aquele cargo –, quando recebeu uma chamada da mulher: “J.R., o Wiley está morto. O Wiley morreu. Lamento muito, mais tenho de chamar o 112”.



Many who know of my son's death have been afraid to ask what happened. Others who don't have wondered why I've disappeared. Here is the story: https://t.co/Egjzj4u5TZ

— J.R. Storment (@stormental) September 4, 2019

Wiley, que havia sido diagnosticado com uma forma leve de epilepsia, que tende a desaparecer durante a adolescência, morreu durante o sono com uma “morte inexplicável e repentina de epilepsia”: “É visto como imprevisível, inevitável e irreversível quando é iniciado. Pode estar ligado a uma convulsão, mas muitas vezes o cérebro simplesmente desliga. Estatisticamente, era altamente improvável que atingisse nosso filho. Uma em 4,5 mil crianças com epilepsia é afetada. Às vezes acabamos a ser nós a estatística”, explicou o pai.

Agora que perdeu o filho, J. R. Storment diz-se arrependido por não ter passado mais tempo com a família: “Nas últimas três semanas, cheguei a um fluxo interminável de coisas de que me arrependo. Elas tendem a dividir-se em duas categorias. Coisas que eu gostaria de ter feito de maneira diferente e coisas com as quais fico triste por não o poder ver a fazer”.

É que, com cinco anos, Wiley já sabia que queria abrir uma empresa e casar quando fosse crescido. Aos seis anos, até já sabia com quem queria fazer tudo isso. “Ver o nome dele escrito na certidão de óbito custou muito. No entanto, dois campos do formulário esmagaram-me. O primeiro dizia: ‘Ocupação: nunca trabalhou’. E o seguinte: ‘Estado civil: nunca se casou’. Ele queria tanto fazer como duas coisas. Sinto-me feliz e culpado por ter tido sucesso em cada um desses dois campos”, desabafou J. R. Storment.

R. Storment termina a publicação a lembrar os internautas que é “mais tarde do que se pensa” para “gozar a vida”. O empresário recordou a letra de uma das canções favoritas do filho, chamada “Enjoy Yourself”, que diz:

“Tu trabalhas e trabalhas há anos e anos, estás sempre em movimento. Nunca tiras um minuto de folga, muito ocupado a fazer dinheiro. Um dia, hás-de te divertir quando fores milionário. Imagine toda a diversão que terás quando estiveres sentado numa velha cadeira de balanço. Diverte-te, é mais tarde do que pensas. Diverte-te enquanto estás na maior. Os anos passam tão rapidamente quanto um piscar de olhos. Diverte-te, que é mais tarde do que pensas“.