maus pais


Pais Maus – Dr. Carlos Hecktheuer (médico psiquiatra)


O texto abaixo foi entregue pelo professor de Ética e Cidadania da escola Objetivo/Americana, Sr. Roberto Candelori, a todos os alunos da sala de aula, para que entregassem a seus pais.


A única condição solicitada pelo mesmo foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura.


O texto, a seguir transcrito, foi publicado recentemente por ocasião da morte estúpida de Tarcila Gusmão e Maria Eduarda Dourado, ambas de 16 anos, em Maracaípe – Porto de Galinhas. Depois de 13 dias desaparecidas, as mães revelaram desconhecer os proprietários da casa onde as filhas tinham ido curtir o fim de semana. A tragédia abalou a opinião pública e o crime permanece sem resposta.


“Um dia quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva ospais e mães, eu hei de dizer-lhes: - Eu amei-vos o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.


- Eu amei-vos o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia. -Eu amei-vos o suficiente para vos fazer pagar os rebuçados que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e vos fazer dizer ao dono: “Nós tiramos isto ontem e queríamos pagar”.


- Eu amei-vos o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o vosso quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos. -Eu amei-vos o suficiente para vos deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.


- Eu amei-vos o suficiente para vos deixar assumir a responsabilidade das vossas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.


-Mais do que tudo, eu amei-vos o suficiente para vos dizer NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram).


Estas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também! E qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se os seus pais eram maus, os meus filhos vão lhes dizer:


“Sim, os nossos pais eram maus. Eram os piores do mundo...As outras crianças comiam doces no café e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes ao almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Nossos pais tinham que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.


“Insistiam que lhes disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nossos pais insistiam sempre connosco para que lhes disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata”!


“Nossos pais não deixavam os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para que os nossos pais os conhecessem. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelo menos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aqueles chatos levantavam para saber se a festa foi boa (só para verem como estávamos ao voltar)”.


“Por causa dos nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência. - Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em actos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime”.


“FOI TUDO POR CAUSA DOS NOSSOS PAIS!” “Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o melhor para sermos “PAIS MAUS”, como eles foram. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ PAIS MAUS SUFICIENTES”!

sem rei nem roque

Já há algum tempo que não lia as crónicas de Vasco Pulido Valente (VPV). São sempre geradoras de reflexão. A ultima crónica de VPV, no público de 26.09.10 continua a pôr o dedo na ferida, mas não me pareceu tão corrosivo como noutros tempos. Ficaram 2 parágrafos na memória. O primeiro foi: "...Em segundo lugar, como ele de resto já declarou, Pedro Passos Coelho não quer servir de muleta a um governo que detesta, para se ir juntar à longa lista de fracassos do PSD.". O segundo foi: "Na pior crise do Portugal contemporâneo, andamos por aí sem rei nem roque. Cavaco não conta. E o nosso destino passou para as mãos de um principiante sobre o imaturo e de um funcionário do PS iletrado e cego, que se chama Sócrates. Mas nós gostamos.". Pedro Passos Coelho (PPC), tem aqui uma oportunidade de mostrar qual a cepa de que é feito! Concordo quando se diz que o apoio que os sucessivos chefes (não lideres, chefes) do PSD deram ao PS, mais ou menos subservientemente, provocaram um desgaste da sua figura. Tanta critica durante a maioria do tempo mas, nos momentos cruciais, justificam a sua posição com o sentido de estado? Não há sentido de estado quando um governo é mau. E este governo é uma tragédia em 3 actos. E só ainda vamos no segundo acto. Portanto, se consideram que este é um governo mau, qualquer momento é um bom momento para o pôr a andar. Considero que sentido de responsabilidade é mandar embora um governo quando é mau, e deixar governar um governo quando é bom. Mas se servirem de muleta ao orçamento, poderão estar a hipotecar a possibilidade de apresentar uma alternativa credível Como se diz no segundo parágrafo seleccionado, andamos por aí sem rei nem roque. E o problema é que não é de agora. Temos andado há muito tempo sem rei nem roque. Talvez isto justifique o cada vez maior número de pessoas a pedir uma intervenção do FMI. Seja o FMI ou outra, o mais importante será vir alguém de fora dizer o que muitos internamente já dizem, mas que não são ouvidos, precisamente por serem portugueses.

FMI parte 2 - José Mário Branco

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Continuem a reflectir!
Sem política pelo meio!
Será isso possível?

FMI parte 1 José Mário Branco

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Abstraindo-nos da conotação política do músico, digo cantor, digo poeta, digo sociólogo, digo narrador, digo o que bem quiserem, atentem na excelência da música e da interpretação! Esta música foi interpretada em 1982? Podia ter sido hoje? Vejam-me a actualidade da coisa. Esqueçam que é um cantor intervencionista! Apesar da excelente interpretação! Aliás há quem me diga que não é interpretação. Eu não me recordo! No entanto é excelente, para além de actual.

Imaginem o Tim a cantar esta canção! Ou o Abrunhosa! Top+ garantido!

E o FMI? Vem ou não?

A História da Água Engarrafada

As voltas que se dá para usufruir de um bem que está acessível sem voltas.
Bem interessante!

confiança - o leão e o coxo

Houve uma visita de estudo feita ao Jardim Zoológico de Lisboa por uma turma de alunos finalistas de uma escola de moda, cujo interesse era desenvolver uma colecção inspirada nos animais selvagens. Esta turma era a prova viva da existência da biodiversidade. Cabelos, piercings, roupa, acessórios, havia de tudo. Havia ainda um coxo e um zarolho que demonstravam uma capacidade criativa e de operacionalização das ideias que os colocava no patamar dos melhores. Depois de terem passado pelo reptário, pelos elefantes e girafas, entraram na área dos leões. Mas eis que um dos leões salta de uma forma não muito harmoniosa a vedação. Começa a correr esbaforido e com cara de poucos amigos. Aparentemente procura a refeição. O pânico é geral. Todos gritam, todos correm, todos gritam, todos olham para trás e aceleram até ao máximo das suas forças. O zarolho grita o coxo, o coxo. Um tipo com metade do cabelo azul grita o coxo, o coxo. Todos estão a gritar o coxo, o coxo. O coxo, completamente fora de si grita: ei, qual é? O coxo o catano! O leão é que escolhe!
Esta história reflecte o que acontece em muitas das nossas organizações. Estão todos preocupados com o coxo, para que ele não fique para trás. Mas o coxo, sente que estão todos a tentar lixá-lo. Sente que ele vai ser o responsável, independentemente de o ser. Quando há erros, quando há momentos de tensão, quando há problemas, não pode haver a tentação de procurar alguém para sacrificar. Muitas vezes ainda é perfeitamente possível fazer alguma coisa para resolver o problema, e já estamos à procura de culpados. Deve tentar resolver-se a situação em equipa, aproveitando até estes momentos para solidificar a confiança entre os elementos de equipa. É nos momentos piores que se vê quem está ao nosso lado e se temos equipa. E nem o coxo deve partir do princípio que todos estão ali para o tramar, nem os outros deverão estar ali para o tramar. A confiança tem que ser uma realidade nas organizações. Como dizia o outro, a confiança é a base de qualquer relação.

Encosta-te a Mim - Jorge Palma

Fantástica! Descreve bem a nossa vida em diversos contextos e momentos.

Desatinos, desenganos, tudo nos faz crescer!

Apreciem!

Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos. Encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar. Encosta-te a mim,dá cabo dos teus desenganos não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegada da guerra,fiz tudo p´ra sobreviver, em nome da terra,no fundo p´ra te merecer recebe-me bem, não desencantes os meus passos faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo o que não vivi, hei-de inventar contigo sei que não sei às vezes entender o teu olhar mas quero-te bem, encosta-te a mim.
[instrumental]
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes. Vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal, recebe esta pomba que não está armadilhada foi comprada, foi roubada, seja como foi.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis em nome da estrada, onde só quero ser feliz. Enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada, vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo, e o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo sei que não sei, às vezes entender o teu olhar, mas quero-te bem.
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Quero-te bem.
Encosta-te a mim.

Portal da Vila - a arte de bem servir


O Portal da Vila em Alpiarça merece um destaque especial e um post próprio dedicado.

Quando passámos a primeira vez pelo local, não houve nada que chamasse a atenção. Não havia néon, não nos apercebemos de qualquer painel publicitário, nada. E estava na continuidade das casas, que nesta rua estavam bem tratadas. Limpas, pintadas ou caiadas, contínuas e baixas. Apenas depois de ter ouvido falar do restaurante, passámos com mais atenção. E vimos que havia umas letras identificativas na parede, mas colocadas de forma discreta, pelo menos para quem não conhece.

Por curiosidade, e apesar de prevermos jantar em Santarém, fomos pela parte de trás do restaurante. As traseiras tinham um parque de estacionamento com alguma capacidade. Ficámos no entanto na dúvida, se era mesmo ali, porque vimos uma quantidade enorme de paletes de garrafas prontas a engarrafar, e alguns animais à solta, entre os quais galinhas e garnizés com uma penugem na cabeça.
À noite, após peripécias já descritas em post anterior, voltámos para o Portal da Vila. Percebemos então que a casa era uma casa agrícola antiga, que apesar de ter um só piso tinha um pé direito bem alto. Provavelmente superior ao pé direito de 2 pisos de uma casa actual. Entravámos pelo que devia ser a antiga eira, e acedemos a uma primeira sala, que funciona como uma recepção. Vimos de imediato imensas referências à tauromaquia. Na sala de jantar propriamente dita continuaram essas referências, com fotografias, bandarilhas, mobiliário e decoração coerente com toda a casa. Perfeitamente tradicional e sem a tentativa tantas vezes falhadas de misturar algo mais contemporâneo. Pura e simplesmente tradicional. E assumido sem receios.

No momento em que entrámos fomos recebidos por uma senhora de sorriso aberto, e por um senhor que, não tendo um sorriso tão acentuado, irradiava disponibilidade. Cumprimentaram-nos e o senhor levou-nos para uma mesa, e embora nos tenha orientado para uma zona, deu-nos a liberdade para escolher.

Apesar de alguma renitência inicial em aceitar entradas, pois o habitual pão com manteiga começa a não ser aceite, optámos por experimentar quando nos descreveu as entradas. Uma tábua com farinheira com ovo, enchidos, orelheira e queijos. Não resistimos a experimentar todos os tipos, incluindo as azeitonas e o pão frito com manteiga, que me fez recordar uma das especiarias da minha avó que hoje seria contestada por muitas partes. Acompanhámos estas entradas com um néctar da casa que me deixou completamente surpreendido (o vinho foi Foz da Moura de 2003 engarrafado na Gouxaria). Um pequeno jarro, pois a garrafa de 0,75l seria muito e sairia a cantar fados tauromáticos, foi suficiente para ficar fã do vinho. Não percebo nada de vinhos, o meu vinhómetro tem uma escala simples: “excelente”; “sabe bem” ; “não sabe bem”; “nheca”. Não sei se foi por toda a envolvência, pelo ambiente, ou se é mesmo do vinho, o facto é que este vinho bateu na parte superior da escala! Sabe muito bem! De qualquer forma trouxe umas garrafas para confirmar.

Aquando da escolha dos pratos, fiquei decidido de imediato ao ver na carta carne de toiro. Nunca tinha experimentado, e a curiosidade era imensa. Optámos por uma espetada com nacos de porco e de toiro, após aconselhados a pedir só uma dose, pois seria de certeza suficiente, e caso não o fosse, rapidamente se completaria com outro prato.

Fomos ganhando confiança em quem nos aconselhava. Parecia que conseguia manter o equilíbrio entre estar presente na mesa e retirar-se, dando-nos os momentos necessários para aproveitar o jantar. Sabia perfeitamente quando devia aparecer e os seus conselhos foram certeiros. Trouxe ainda uma garrafa de vinho branco para experimentarmos. A enóloga da casa é a senhora que nos tinha recebido com o sorriso aberto. Explicou-nos o método utilizado, e a forma como recuperou métodos mais tradicionais e já não muito usados para fazer o vinho. Mesmo não sendo especialista em vinhos percebi a explicação da enóloga, que teve o cuidado de não utilizar termos demasiados técnicos, permitindo a comunicação. Por vezes há uma linguagem tão especializada que não percebo nada do que me dizem. Eu gosto pouco de vinho branco, mas este vinho era diferente. Muito bom. Apesar disso, voltei de novo para o tinto. Excelente!

Fomos tendo a espaços informação sobre a região e sobre a história do restaurante e da casa, sabendo que a sua produção destinava-se essencialmente à exportação, e que a casa era essencialmente produtora de vinhos, embora houvesse outros produtos com um peso residual.
No final, pediu-nos licença para trazer sobremesas, e nós nem esboçamos uma tentativa de lhe pedir a carta. Estava tudo óptimo. Mais valia manter as recomendações da casa, e ver o que viria aí. Trouxe 3 sobremesas, com 2 colheres. Uma sopa dourada (doce de ovos conventual, que nos coloca mais próximo das nuvens), um bolo de bolacha que ficou no topo dos iguais, e um pudim caseiro óptimo. Para acompanhar as sobremesas trouxe-nos ainda um vinho doce, que foi a cereja no topo do bolo. Mal cabia o café! Mas ainda foi! No final fez-nos uma visita guiada pelo lagar de azeite, ao lado da sala de recepção, mas actualmente sem produção. Comprámos umas garrafas de vinho tinto e ofereceram-nos uma garrafa de vinho branco.

Confesso que quando veio o preço fiquei surpreendido. Uns cêntimos acima dos 36€. Já está marcada nova ida.
Qualidade, simpatia, cortesia, confiança. De facto foi dos melhores restaurantes em que jantei! Recomendo!

triângulo santarém alpiarça almeirim


Fonte da imagem: site da CM Alpiarça
Numa escapadinha rápida ao triângulo Santarém/Alpiarça/Almeirim, confirmámos a beleza de uma região fantástica, em que o rio Tejo proporciona paisagens simplesmente paradisíacas. Fazendo um resumo destes 2 dias, fomos directos ao local de estadia, pois em críticas na Web tínhamos lido que tinha poucas indicações. Mesmo sem GPS, não tivemos qualquer dificuldade em chegar ao local.
Entrámos numa quinta majestosa, com uma mancha verde de grande densidade, em que a frescura, mesmo num dia quente de Verão esteva sempre presente. Na Quinta da Torre, em Alpiarça procedemos ao check-in. Apesar de estar prevista uma “welcome drink”, não foi proposta por quem nos recebeu. Terá sido por irmos suportados por uma “escapadinha pitoresca”? A sensação com que fiquei é que este tipo de clientes (o meu tipo) é apenas suportado. Estes “packs” dão muito jeito para a promoção do local, mas se fosse possível estar nos livros promocionais, sem ter estes clientes… A senhora que nos recebeu, foi simpática q.b., mas pouco solícita. Cumpriu os mínimos necessários com um sorriso. Ouvimos ainda a mencionar para outros clientes a existência de um restaurante, o Portal da Vila, que seria um pouco diferente do que era a oferta habitual.
Seguimos para Almeirim e fomos a um parque muito bem cuidado, e com equipamento de fazer inveja à maior parte dos parques que conheço (e actualmente já conheço alguns parques infantis). Fomos ao clorofila, com o intuito de fazer um pouco de fotossíntese. Neste bar, vimos o último gelado passar à nossa frente sem o podermos catalogar como tal. Não era só o último gelado. Era o último pedaço comestível dentro dos limites daquele bar. Só bebidas! 5h00 p.m. e só bebidas? Não dá! Ainda por cima a vermos camiões de tomates no outro lado da estrada! Fomos à procura de substrato! Fomos a uma pastelaria e optámos por gelados em terras de sopa da pedra. Depois de servir dois gelados de duas bolas cada, com uma lambidela de dedo pelo meio do empregado da pastelaria, fomos passear pelo parque. Passeio higiénico e agradável. Várias gerações e várias espécies pelo parque faziam perceber o conceito de biodiversidade.


Terminado o gelado, voltámos a Alpiarça e fomos à Barragem dos Patudos, onde vimos muitos patos e gansos. De seguida fomos ao Parque do Cavalo do Sorraia (já não me recordo se seria Parque Nacional). Ainda vimos alguns cavalos, que dizem ser caracterizados por terem um tamanho ligeiramente inferior aos cavalos normais. Confesso que o meu conhecimento equestre não foi suficiente para confirmar essa diferença.
Partimos então para Santarém, com o intuito de ir à grande cidade, visitar uma ou outra igreja, confirmar a existência do gótico e jantar. Sem qualquer referência de base.
Após um passeio entre o edifício da Santa Casa da Misericórdia e as Portas do Sol, e sem vislumbrar qualquer restaurante, resolvemos pedir uma sugestão a autóctones. Um sugeriu que fossemos para outra zona da cidade. Sem conhecer a cidade, sem mapa e sem GPS, agradecemos com a ideia de não seguir a sugestão. A segunda sugestão, feita por alguém que aparentava cerca de 60 anos e que no curto espaço de tempo tinha cumprimentado alguns transeuntes, sugeriu-nos que jantássemos em Almeirim, porque provavelmente teríamos uma refeição melhor.
Aproveitando a sugestão, fomos não para Almeirim, mas para Alpiarça, para o restaurante que nos tinha suscitado curiosidade. Não só pelas palavras da senhora do alojamento, mas essencialmente pela passagem no local.
Fomos ao Portal da Vila, e foi excelente. Noutra altura farei o relato dos motivos para a excelência do local, mas ficámos com vontade de voltar. Aliás, já temos agendada nova visita ao local com outras pessoas.
No dia seguinte, começámos com um pequeno-almoço continental, com a companhia do belo sunquick. Este sumo mítico apresenta-se sem ser pedir licença, nos sítios mais improváveis. Mas não beber um copo a acompanhar um qualquer bolo seco é blasfémia.
Após o passeio da praxe e respectivas fotografias ao local em que pernoitamos, fizemos o check-out.
Tivemos o desplante de pedir a quem estava a tratar dos assuntos, onde era o Patacão. A senhora fez uma cara de espanto, como se lhe tivéssemos perguntado se acreditava em óvnis, e diz-nos que nunca tinha ouvido falar em tal coisa. Curiosamente, a 100m da entrada, na cortada da estrada principal para a Quinta da Torre, está uma placa na estrada principal que diz Quinta da Torre, e outra por cima ou ao lado, já não tenho a certeza, mas diz Patacão. Curiosamente a pesquisa que fiz no Google, com a palavra patacão, direccionou-me, em primeiro lugar, para este link http://www.cm-alpiarca.pt/alpiarca/Concelho/LocaisInteresse/Praia+Fluvial.htm. A acrescer a isto, após termos visto que a senhora não fazia a mínima ideia, dissemos que não fazia mal, que iríamos à Casa dos Patudos. Esta casa está em obras há algum tempo, e prevê-se a sua reabertura em 15 de Setembro, como verificámos quando lá chegámos. A senhora não tinha a obrigação de nos informar, e não nos informou. Provavelmente por desconhecimento. Apesar de ficar com a sensação que desconhecia muitas coisas para alguém que tem um alojamento aberto e um ar distinto.
Mas isto não nos parou. Comprámos 3 melões e 2 melancias numa banca de estrada, a uma senhora muito simpática. E estes melões não estão relacionados com as duas tentativas não conseguidas de visitar 2 locais de culto em Alpiarça. Fomos em frente e fomos para Santarém! Visitamos as portas do Sol durante o dia e valeu a pena. Espaço maravilhoso, bem tratado, com uma vista fantástica e de manhã justifica claramente o nome Portas do Sol.
Voltaremos a esta zona. Provavelmente experimentaremos outro alojamento, apesar da beleza do local.



Haverá locais a repetir e novos locais a explorar.


Haja mais maravilhas a visitar em Portugal!

ser feliz

Coisas simples que ajudam o nosso bem-estar!
Vou começar já hoje!
Hoje vou dançar!
Amanhã: estabelecer objectivos!

o pulsar da coisa – I

Catalina Pestana – pela enorme humanidade demonstrada quando, a quente disse que feliz não poderia ser a palavra a utilizar, visto que os condenados tinham família e amigos e que essas pessoas estariam a sofrer por eles.
Correia de Campos – pela entrevista corajosa dada ao Jornal de Negócios. Resumo da entrevista em http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=442259
Cavaco Silva – pelos apelos a união com vista a resolver a questão do orçamento de estado;
Durão Barroso – pelo seu discurso com foco em projectos e soluções possíveis ao nível económico, mas também por criticar de forma clara a atitude dos países europeus na expulsão dos seus cidadãos, apenas por serem ciganos.
FCPorto – premiado por maior feito não desportivo do ano pela Associação Europeia de Clubes. Motivo: implementação de boas práticas ambientais no estádio do Dragão.
Barcelona (clube) – por criar um código de ética.




Semestre Europeu – os Ministros das Finanças dos 27 analisam previamente os orçamentos nacionais. Estes projectos de orçamento serão discutidos ao nível da União antes de serem apresentados ao nível nacional. Poder-se-á dizer que existe uma interferência na soberania. Mas esta interferência, tendo em conta a visão eleitoral permanente dos nossos políticos, pode ter mais aspectos positivos do que negativos .



Selecção – o empate com o Chipre é o menos mau. A derrota com a Noruega digere-se. O que de facto é aterrador é a novela que está a acontecer à volta da selecção nacional. Não haveria muitos escritores com a capacidade para criar um enredo destes.
Expulsão de ciganos – expulsem os criminosos e não todo um povo. Imaginem que a França, os EUA, o Reino Unido e o Canadá optavam por expulsar os cidadãos legítimos de origem portuguesa? O que estaríamos aqui a dizer? Como nos sentiríamos? Não seria isso xenofobia? Não seria mais justa a aplicação de penas mais pesadas para os criminosos, sejam ciganos, brancos, pretos, amarelos ou vermelhos, em vez da rotulagem de todo um povo? Imaginem, por absurdo, que aparecia um louco que expulsava os judeus de um local, apenas por serem judeus! Imaginem, por absurdo, que aparecia um louco que expulsava os pretos de um local, apenas por serem pretos! Imaginem, por absurdo, que aparecia um louco que expulsava os muçulmanos de um local, apenas por serem muçulmanos! Bem, chega de teorização porque todos sabemos que isto é improvável!

Crise – porque continua e temos que arcar com ela!

7 vimes - a união


A história relatada em baixo é fascinante.
Lembro-me de um conjunto de personalidades que fariam bem em ler.
- Políticos, sejam locais ou não;
- Os responsáveis das selecções (de futebol pelo menos);
- Dirigentes associativos;
- Colaboradores de empresas;
- e todos os que deviam trabalhar em equipa, e que não têm a consciência da força do conjunto. O aforismo popular "A união faz a força" encerra muita sabedoria.

Fonte: http://contosencantar.blogspot.com/2009/02/parabola-dos-sete-vimes.html
Era uma vez um pai que tinha sete filhos. Quando estava para morrer, chamou-os todos sete e disse-lhes assim:- Filhos, já sei que não posso durar muito; mas antes de morrer, quero que cada um de vós me vá buscar um vime seco, e mo traga aqui.- Eu também? - perguntou o mais pequeno, que tinha só 4 anos. O mais velho tinha 25, e era um rapaz muito reforçado e o mais valente da freguesia.- Tu também - respondeu o pai ao mais pequeno.Saíram os sete filhos; e daí a pouco tornaram a voltar, trazendo cada um seu vime seco.O pai pegou no vime que trouxe o filho mais velho e entregou-o ao mais novinho, dizendo:- Parte esse vime.
O pequeno partiu o vime, e não lhe custou nada a partir.Depois o pai entregou ao mesmo filho mais novo, e disse-lhe:- Agora parte também esse.O pequeno partiu-o; e partiu, um a um, todos os outros, que o pai lhe foi entregando, e não lhe custou nada parti-los todos. Partido o último, o pai disse outra vez aos filhos:- Agora ide por outro vime e trazei-mo.

Os filhos tornaram a sair, e daí a pouco estavam outra vez ao pé do pai, cada um com seu vime.- Agora dai-mos cá - disse o pai.E dos vimes todos fez um feixe, atando-os com um vincelho.E voltando-se para o filho mais velho, disse-lhe assim:- Toma este feixe! Parte-o!O filho empregou quanta força tinha, mas não foi capaz de partir o feixe.- Não podes? - perguntou ele ao filho.- Não, meu pai, não posso.- E algum de vós é capaz de o partir? Experimentai.- Não foi nenhum capaz de o partir?, nem dois juntos, nem três nem todos juntos.O pai disse-lhes então:- Meus filhos, o mais pequenino de vós partiu sem lhe custar nada os vimes, enquanto os partiu um por um; e o mais velho de vós não pôde parti-los todos juntos: nem vós, todos juntos, fostes capazes de partir o feixe. Pois bem, lembrai-vos disto e do que vos vou dizer: enquanto vós todos estiverdes unidos, como irmãos que sois, ninguém zombará de vós, nem vos fará mal, ou vencerá. Mas logo que vos separeis, ou reine entre vós a desunião, facilmente sereis vencidos.Acabou de dizer isto e morreu - e os filhos foram muito felizes, porque viveram sempre em boa irmandade ajudando-se sempre uns aos outros; e como não houve forças que os desunissem, também nunca houve forças que os vencessem".


Trindade Coelho


terapia do riso!


kekekekekekekekekekekekekekekeke!!!!
ahahahahahahahahahaha!
A terapia do riso está cada vez mais na moda. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF), sabendo que esta é uma tendência de gestão, está na vanguarda da coisa. Hoje o dia foi fértil em frases de partir o côco a rir:
"Esta seleção joga em piloto automático!" - Gilberto Madaíl, presidente!
"O piloto automático sou eu!" - Agostinho Oliveira, piloto automático!
As produções fictícias e outras do ramo do humor, que se cuidem!
A FPF está a apontar as baterias para os apontamentos humorísticos! Sempre à frente!
É hora de se deixarem de tretas! Se querem mandar o Queiroz embora, mandem, mas com a coragem suficiente para assumir a decisão. Tudo começou quando lhe apresentaram um projecto a longo prazo. Tinham toda a legitimidade para lhe apresentar um projecto a ser renovado após o mundial, e evitavam esta palhaçada toda!
Não sei se há cabala ou não. Não sei se há uma conspiração.
Sei que sempre que ouço falar do Queiroz nos últimos 2 dias lembro-me da frase "não batam mais no ceguinho".
Vejam também a opinião no clube dos pensadores que está simples, mas interessante: http://clubedospensadores.blogspot.com/2010/09/palhacada.html

bode expiatório!


“A expressão bode expiatório tem a sua origem no ritual judeu do Livro dos Levíticos, em que Aarão ao pôr as mãos sobre a cabeça de um bode transmite para este animal todos os pecados do povo de Israel. As palavras bode expiatório fazem hoje parte da nossa linguagem comum e são aplicadas em qualquer situação em que um inocente é responsabilizado por uma culpa que não tem. Nas relações entre etnias dominantes e dominadas este processo ocorre frequentemente, especialmente em épocas de crise, em que uma sociedade transfere para uma minoria frágil e facilmente identificável os seus medos e infortúnios. Nas sociedades ocidentais actuais, na Europa e EUA, são os africanos, asiáticos ou latinos que ciclicamente são responsabilizados pelo desemprego, pela crise económica ou pela criminalidade; na História mais recente foram os judeus e os negros a sofrerem a perseguição pelos mesmos motivos. Mas os alvos da transferência são muitas vezes também grupos sexuais, políticos ou religiosos, como os católicos na Irlanda do Norte, que são e foram usados ao longo dos tempos como bodes expiatórios.Uma das características principais dos bodes expiatórios, quer sejam grupos de pessoas ou indivíduos, é a falta de poder, ou seja, a sua incapacidade de lutar por meios legais ou violentos relativamente àqueles que os oprimem e de, paralelamente, já sofrerem alguma forma de marginalização pela sociedade onde estão inseridos. Uma outra característica é a incapacidade de o grupo dominante compreender as razões reais e profundas do seu descontentamento, sendo mais fácil e simples canalizar as suas frustrações para os outros, só porque estes são diferentes. Estes bodes expiatórios evitam análises mais profundas, e eventualmente dolorosas sobre os fundamentos e as verdadeiras razões dos problemas, não os resolvendo e adiando-os indefinidamente. Porque não são nunca resolvidos, eles voltam ciclicamente a afectar as sociedades que escolhem os mesmos ou novos bodes expiatórios, já que sempre que há uma pessoa, grupo ou etnia diferente, é caracterizado por um estereótipo que normalmente se torna o "gatilho" que despoleta a canalização da agressão.” Em:
bode expiatório. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-09-01]. Disponível na www: .
Lembro-me vagamente de uma tradição existente com o bode expiatório. Não sei o onde, se ainda se faz, e quais as características detalhadas da tradição. Tenho apenas a recordação de ter lido ou ouvido em algum lado que os habitantes de determinada povoação, uma vez por ano, escreviam de forma anónima acontecimentos, ou situações que pretendiam desresponsabilizar-se, ou aliviar-se. Aparentemente escreviam num papel que era colocado nos cornos do bode, que era enviado para o meio da serra, para que fossem expiadas as culpas dos sujeitos em questão.
Esta figura simpática e útil para muitos, aparentemente reencarnou nalguns tipos ou conceitos. Recordo-me de imediato de 2!
O Carlos Queiroz, na selecção;
O Roberto, no Benfica!
A crise, na economia!

Os ciganos ou os pretos, sempre que há problemas sociais ou batatada!
O antecessor, na política!Uma grande dúvida minha é, o que fazer com este conceito? Como o combater o conceito, responsabilizar mais as pessoas, e procurar soluções, mais do que culpados!
Imagem: Bode expiatório de William Holman Hunt